MARANHENSE AUTISTA E COM TDAH É APROVADA NO CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL

MARANHENSE AUTISTA E COM TDAH É APROVADA NO CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL
Por Aline Martins

A maranhense Laís Coelho foi aprovada na universidade de Brasília em sétimo lugar, para cursar engenharia aeroespacial. A jovem  de 18 anos tem o diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TEDAH).

O que é TEA?

O transtorno do espectro autista é uma condição que engloba diferentes situações envolvendo perturbações neurológicas, todas ligadas ao desenvolvimento do relacionamento social. Há três características fundamentais que pode aparecer em conjunto ou isoladamente.

São elas:

Dificuldade na fala por falta de domínio da língua, dificuldade de socializar e falas repetitivas.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um transtorno neurobiologico de causas genéticas que geralmente aparece na infância e pode continuar na vida adulta, se caracteriza por desatenção, inquietude e impulsividade.

Rompendo Barreiras

Mesmo com essas dificuldades, Lais conseguiu ocupar um dos primeiro lugares no vestibular. Em uma entrevista ao jornal Estadão, ela contou qual foi a sensação de conseguir a tão sonhada aprovação.

“Eu fiquei muito feliz. Fiquei muito animada. Eu tava meio surpresa um pouco, achei que não ia passar. Eu e minha família, a gente já estava planejando isso [de se mudar para Brasília], mas como eu moro no Maranhão, ia ser meio complicado mudar para Brasília, porque nós temos famíliares lá, mas eu não consigo morar com eles porque eles não estão próximos à faculdade. É meio assustador, porque eu vou ter que ir embora”, revela Laís que é natural de Brasília, mas mora em São Luis do Maranhão há cerca de dez anos.

A estudante contou também que o curso não foi a sua primeira opção, mas que já havia pensado em muitos cursos até o dia que ela precisou decidir, é assim agarrou a oportunidade

“.Engenharia Aeroespacial não era o meu sonho, mas eu acho que tudo o que eu fizesse eu ia querer fazer bem de qualquer jeito. Então eu só procurei um curso que a grade curricular fosse mais interessante para mim. Eu gosto bastante de matemática e física e eu achei que ia ser mais divertido também mudar um pouco de área, porque eu faço curso técnico em artes visuais no Instituto Federal, então eu já tenho [conhecimento] nesta área que também me interessa, mas eu queria fazer algo na segunda área que me interessa, que é a área de exatas”.

Laís também falou sobre a falta de diagnóstico que dificultou seus primeiros anos de estudos “O TEA tem três níveis de suporte: um, dois e três. O nível um é o que menos necessita de suporte, que é o meu caso. Eu tive um diagnóstico tardio do autismo, não faz nem um ano. Pela falta do diagnóstico acabou sendo bastante complicado durante o ensino fundamental e o ensino médio. No fundamenal, foi a época que eu mais sofri preconceito e ações que fizeram me sentir muito mal e que vieram de alguns poucos professores, mas principalmente de colegas de turma”.

Fonte: jornal Estadão

Foto: Arquivo Pessoal

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