Lula demite Prates da presidência da Petrobras e escolhe substituta

Nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre sua demissão da estatal. Prates já se despediu de seus diretores e anunciou que Magda Chambriard assumirá a presidência da empresa. Magda, que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff e tem uma longa carreira na Petrobras, será a segunda mulher a presidir a estatal, após Graça Foster.
Processo de Transição
Jean Paul Prates comunicou ao Conselho de Administração da Petrobras que convocou uma reunião para discutir o encerramento antecipado de seu mandato de forma negociada. Ele também planeja renunciar ao cargo de membro do conselho após a confirmação de sua saída.
Motivações e Consequências Políticas
A mudança de comando na Petrobras é vista como uma vitória do segmento intervencionista do governo Lula, que busca acelerar obras e projetos estratégicos como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Magda Chambriard foi indicada por influentes membros do PT da Bahia, incluindo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
Conflitos Internos
A demissão de Prates ocorre após um longo desgaste com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, exacerbado por divergências sobre a distribuição de dividendos da empresa. Prates defendia a distribuição de 50% dos recursos excedentes aos acionistas, enquanto o grupo de Silveira queria reter todo o montante para melhorar a capacidade de investimento da Petrobras. Lula interveio, apoiando a posição de Silveira, o que resultou na queda do valor de mercado da Petrobras em mais de 10% após a decisão.
Reações e Apoios
Durante sua gestão, Prates contou com o apoio de sindicalistas e membros da Federação Única dos Petroleiros (FUP). No entanto, a relação se deteriorou devido à insatisfação com o ritmo dos investimentos em refinarias e projetos de transição energética. A FUP, embora inicialmente defensora de Prates, reconheceu que a decisão final sobre a presidência caberia a Lula.
Informações do O Globo
Foto: Ton Molina/Fotoarena