Influenciador Iuri Sheik é absolvido da acusação de assassinato

O influenciador digital Iuri Sheik foi absolvido, nesta terça-feira (20), da acusação de homicídio do empresário William Oliveira, ocorrido durante uma festa junina em 2019, no município de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. A decisão foi unânime, com todos os sete jurados votando pela absolvição.
Durante o julgamento, realizado no Fórum da cidade, Iuri alegou que agiu em legítima defesa. Segundo seu depoimento, os disparos ocorreram após uma situação de ameaça, motivada por um suposto desentendimento envolvendo ciúmes de uma ex-companheira de William. O influenciador afirmou que efetuou dois tiros, sendo o primeiro de frente e o segundo possivelmente quando a vítima já havia girado, atingindo-o pelas costas.
“Eu não atirei nas costas dele. Dei o primeiro disparo, que pegou nele e ele girou. Quando ele girou, pode ser que o segundo tenha sido [nas costas]”, declarou Sheik durante o interrogatório. Ele também afirmou que a arma utilizada era de William Oliveira.
A defesa sustentou a tese com base no artigo 25 do Código Penal, que trata da legítima defesa. “Iuri é, além de tudo, um ser humano, um homem como qualquer outra pessoa que, no momento de medo, só buscou se defender. A gente tinha certeza que a justiça seria feita”, declarou o advogado do réu após o julgamento.
Do lado da vítima, a família de William Oliveira, que na época do crime tinha 27 anos e era empresário da banda Black Style, informou que irá recorrer da decisão.
Iuri Sheik chegou ao fórum sob gritos de “assassino” por parte de populares. Antes do início do julgamento, ele declarou à imprensa que era inocente: “Eu não matei ninguém. No momento certo você vai saber da verdade”. Após o veredito, ele preferiu não se manifestar publicamente.
O caso gerou grande repercussão na época, tanto pelo envolvimento de figuras públicas quanto pela natureza do crime. A absolvição de Iuri reacende o debate sobre o uso da legítima defesa em julgamentos de crimes contra a vida no Brasil.
O advogado Vivaldo Amaral, que representa a família de William Oliveira, criticou a decisão do júri e disse que vai recorrer da decisão. “Entendemos que os jurados não souberam votar. Eram jurados novos, atuando no tribunal pela primeira vez. Acreditamos que eles se confundiram no momento da resposta. Vamos recorrer e, com certeza, daqui a alguns meses, estaremos aqui, mais uma vez, fazendo o júri”, afirmou em entrevista à Record Bahia.