Tarifaço de Trump: 5 dos 10 itens mais vendidos do Brasil para os EUA tiveram queda

Tarifaço de Trump: 5 dos 10 itens mais vendidos do Brasil para os EUA tiveram queda
Foto: David Dibert/Pexels

Na próxima quarta-feira (9), chega ao fim a pausa de 90 dias no programa de tarifas recíprocas imposto pelos Estados Unidos sob a liderança do presidente Donald Trump. Sem avanços concretos nas negociações bilaterais, especialistas consideram real a possibilidade de reativação das taxas sobre produtos importados, impactando mais de 180 países — incluindo o Brasil.

De acordo com levantamento da Câmara Americana de Comércio (Amcham), o chamado “tarifaço” já contribuiu para a queda nas exportações brasileiras de diversos itens estratégicos. Cinco dos dez principais produtos vendidos aos EUA apresentaram recuo nas vendas em maio:

  • Semi-acabados de ferro ou aço: -82,4%

  • Café não torrado: -32,3%

  • Ferro-gusa: -13,4%

  • Celulose: -22,7%

  • Equipamentos de engenharia: -30,3%

Produtos como carne bovina (+121,3%) e sucos de frutas (+10,0%) registraram aumento. A Amcham ressalta que, embora as tarifas sejam um fator importante, questões de mercado também influenciam — como menor demanda americana por petróleo ou concorrência canadense no setor de celulose.

Apesar dessas perdas pontuais, o Brasil registrou um avanço geral nas exportações para os EUA: US$ 3,6 bilhões (R$ 19,6 bilhões) em maio, um crescimento de 11,5% em relação ao mesmo mês de 2024.

Aço e alumínio seguem como pontos críticos

Mesmo com alíquota de 10% aplicada ao Brasil, os produtos de aço e alumínio continuam sendo os mais sensíveis. Em junho, Trump dobrou a tarifa sobre o aço para 50%, o que acende um alerta para o setor. O Brasil é um dos principais fornecedores desses insumos para os americanos.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, declarou que a melhor saída seria aprofundar o diálogo. Um grupo de trabalho foi criado com o governo americano, envolvendo o Ministério da Indústria, o Itamaraty e representantes dos EUA como o USTR (Representante de Comércio dos Estados Unidos).

Segundo o MDIC, as negociações começaram em março e seguem com reuniões presenciais e virtuais. “Não é possível divulgar detalhes neste momento”, disse o ministério, destacando o compromisso com a defesa dos interesses dos exportadores brasileiros.

📌 Fonte: g1 

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