Clima no Brasil faz preço do café subir de novo em setembro

Clima no Brasil faz preço do café subir de novo em setembro
Foto: Quang Nguyen Vinh Pexels

Setembro foi marcado por fortes oscilações no mercado internacional de commodities, com destaque para o café e o milho, que registraram as maiores altas do mês. Já cacau e açúcar tiveram quedas significativas, segundo dados do Valor Data.

Na bolsa de Nova York, o café arábica encerrou setembro com valorização média de 11,65%, cotado a US$ 3,7212 por libra-peso. As preocupações com o clima no Brasil, maior produtor mundial, sustentaram os preços. O atraso das chuvas nas regiões produtoras trouxe receio quanto à qualidade da florada e ao potencial da safra 2026/27, que será colhida a partir de maio.

De acordo com Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, o clima brasileiro seguirá como o principal fator de atenção do mercado. Ele lembrou ainda que especulações sobre possíveis negociações entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva sobre a tarifa de 50% imposta pelos EUA às exportações brasileiras também influenciaram momentaneamente os preços, embora ainda não haja definições concretas.

Entre as chamadas soft commodities, o cacau registrou queda de 8,8%, com média de US$ 7.268 por tonelada. O início da colheita na África Ocidental, região responsável por 70% da produção global, e o clima favorável aumentaram a expectativa de oferta, pressionando os preços. O açúcar também recuou 4%, negociado a 16,38 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o algodão caiu 1,1%. Já o suco de laranja teve leve alta de 0,4%.

Na bolsa de Chicago, o milho se destacou com valorização de 7,7%, a US$ 4,3769 por bushel. A demanda aquecida no mercado interno dos EUA, especialmente pelas indústrias de ração animal e etanol, sustentou os preços, mesmo diante da perspectiva de safra recorde no país. Segundo Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, a queda de preços em agosto incentivou o consumo em setembro.

A soja também registrou alta, de 2%, cotada a US$ 10,3823 por bushel, movimento atribuído a ajustes técnicos. Já o trigo avançou 1,6%, para US$ 5,3873 por bushel, em meio a problemas pontuais na Rússia, mas com boas condições de safra nos EUA e na Austrália.

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