Cafés especiais da Chapada Diamantina ganham reconhecimento nacional e internacional

Os cafés especiais cultivados nas fazendas e sítios da Chapada Diamantina têm se destacado cada vez mais, atraindo a atenção de visitantes e impulsionando a economia local. Exportados para diversos estados brasileiros e países como Noruega, Dinamarca, EUA, Austrália, Japão e Coreia do Sul, esses cafés têm se tornado protagonistas em festivais e concursos tanto nacionais quanto internacionais.
Em 2023, 11 marcas de cafés cultivados na Chapada foram listadas entre os 30 melhores do Brasil, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em colaboração com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e a Alliance for Coffee Excellence.
A antiga paixão dos brasileiros pelo “cafezinho” permanece firme, mas muitos apreciadores da bebida estão se tornando mais exigentes, optando pelos cafés produzidos na Chapada Diamantina. Esses cafés têm conquistado posições de destaque na competição nacional Cup of Excellence, considerada o “Oscar” dos cafés especiais, promovida pela BSCA.
A Bahia, embora ocupe a quarta posição nacional em produção de café, tem se destacado internacionalmente pela qualidade de seus grãos. Segundo a BSCA, a diferenciação dos cafés especiais está nos manejos específicos e no processamento, visando preservar ao máximo a qualidade potencial dos grãos. Todo esse processo pode ser conhecido através da Rota do Café, em fazendas como a Riacho da Tapera, em Piatã, que recebe visitantes e mostra a arte da torra, etapa fundamental para garantir a qualidade e o sabor do produto.
O município de Piatã se destaca como o maior produtor de cafés especiais da Bahia, não apenas pela sua altitude elevada (1.260 metros acima do nível do mar), mas também pelo profissionalismo no plantio, na colheita e na torra, fruto do aprimoramento de técnicas pelos pequenos produtores, com apoio de instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Um dos maiores sucessos da região é o Café Rigno, produzido na Fazenda Tijuco, em Piatã, que conquistou o troféu de “Melhor Café” em várias edições do Cup of Excellence. Outras fazendas e sítios da região também têm se destacado, como a Fazenda Gerais, Divino Espírito Santo, Capão, Cerca de Pedras São Benedito, Ouro Verde, Campo Alegre, e os sítios São Sebastião, Entre Vales e Córrego Seco.
Proprietário da Fazenda Tijuco, Antonio Rigno atribui o sucesso de seus cafés especiais ao profissionalismo e à paixão pela cultura cafeeira, que atravessa gerações em sua família. Com uma produção média de duas mil sacas por ano, ele exporta para países como Japão, Canadá, Austrália e Noruega, além de abastecer o mercado interno.
Maridalton Silva Santana, do Sítio Bonilha, em Piatã, é outro produtor que segue o legado familiar na produção de cafés especiais. Com uma produção anual de cerca de 200 sacas, ele se beneficia do clima propício da região e conta com a ajuda da família para manter a qualidade de seus grãos, que são vendidos para cafeteiras no Brasil e no exterior.
Informações do A tarde
Foto: Reprodução