BRASIL AVANÇA NA MODA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

BRASIL AVANÇA NA MODA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

BRASIL AVANÇA NA MODA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

Aos poucos, modelos desenhados para esses consumidores chegam ao mercado, respeitando a individualidade, autonomia, corpo e expressão de identidade de cada indivíduo FOTO: Andreas Rentz/Getty Images

Considerado um dos mais brilhantes cientistas da história, o britânico Stephen Hawking (1942-2018) deixou informações preciosas para a melhor compreensão do universo. O astrofísico tem também sua imagem ligada à esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa que o obrigou a usar uma cadeira de rodas. Entre todos os desafios de Hawking, porém, existia um que, embora óbvio, não chamava tanta atenção quanto as complexas equações que nos ajudaram a conhecer melhor os buracos negros ou como se deu o big bang. Ele não conseguia se vestir sozinho por causa das limitações impostas a seu corpo. Essa é uma enorme complicação para pessoas com deficiência.

Além disso, sofrem para encontrar peças com estilo, bem cortadas. A lacuna, tudo indica, começa agora a ser preenchida.

Aos poucos, modelos desenhados para esses consumidores chegam ao mercado respeitando a individualidade, autonomia, corpo e expressão de identidade de cada indivíduo.

O pensamento é relativamente novo no Brasil, mas ganha força com o lançamento da coleção Adaptive, da Tommy Hilfiger, marca americana que já lançou coleções para esse público em países europeus, Estados Unidos e Japão. “Tenho filhos com deficiência e aprendi o impacto que uma coleção assim pode ter”, disse Tommy Hilfiger, pai de duas crianças autistas.

No Brasil, a população de PCDs é estimada em 45 milhões de pessoas. Desde 2019, quando a Riachuelo lançou uma linha voltada para esse público, assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch, o movimento cresceu. A Reserva, por exemplo, criou sua linha, a Adapt&, em setembro do ano passado. “Nos unimos com a Equal, marca pioneira no desenvolvimento de roupas inclusivas”, diz Rony Meisler, CEO da AR&Co, grupo que controla a grife. São catorze modelos com aparência, modelagem e qualidade idênticas às dos produtos mais vendidos, porém com ajustes ergonômicos.

O país conta ainda com outras grifes voltadas para os PCDs, como a Aria Moda Inclusiva, Adaptwear e Lado B. Uma das inspirações para as marcas é a cantora Viktoria Modesta, usuária de prótese na perna esquerda. Seus figurinos sofisticados levaram várias grifes a entrar no segmento com o mesmo arrojo para dar mais representatividade ao público. “Não ter acesso a roupas adaptadas é negar o básico ao indivíduo para que ele se vista com dignidade e autonomia”, diz Laís Ramires, criadora do projeto Corpos que Falam. Ainda bem que, também na moda, o respeito à diversidade se impõe.

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De Revista Veja

FOTO: Andreas Rentz/Getty Images

 

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