A BUSCA EXCESSIVA PELO PRAZER, POR ALINE MORAES

Estas são as premissas do amor. Enxergar o gozo como consequência do processo.
Era uma tarde de domingo quando eu completava 26 (vinte e seis) anos de idade. Após uma simples e restrita comemoração, nos dirigimos para o cais da praça, no centro da cidade. Estávamos eu, meu esposo, duas amigas, e o namorado de uma delas.
O assunto da vez era acerca da busca indistinta da nossa geração por relações fúteis, quando o namorado da minha amiga proferiu um dizer que despertou a atenção: “o povo quer gozar”.
Não consigo eximir o prazer sexual como uma característica inerente e biológica do ser humano. Entretanto, para além desse fator, acredito que o processo da conquista, do encantamento, do cuidado com o outro, e principalmente da disposição de ambas as partes para construir uma relação, a fim de amadurecem e crescerem juntos, são fundamentais para solidificar o relacionamento e torná-lo saudável.
Estas são as premissas do amor. Enxergar o gozo como consequência do processo, consiste em planejar uma relação de valor; o amor, neste caso, é a garantia da constância da relação. Portanto, o amor é construção, e toda construção requer tempo e dedicação exclusiva.
Em síntese, concluo que a ideia da busca excessiva pelo prazer é completamente incompatível com o sentimento do amor e as suas exigências, afinal, o gozo não exige responsabilidades, mas oferece a praticidade e a “comodidade “da permanência do estado de inércia.
Texto: Aline Moraes
Foto: Pixabay
👏👏👏