O Dia na História: 05 de Dezembro

Morre Niemeyer, arquiteto que ajudou a construir a história moderna do Brasil (2012)
No dia 5 de dezembro de 2012 morria no Rio de Janeiro, aos 104 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer, um dos mais conhecidos do mundo e grande ícone da arquitetura moderna.. Ele morreu vítima de uma infecção respiratória quando estava próximo de completar 105 anos, o que aconteceria no dia 15 de dezembro seguinte. Conhecido por suas estruturas de concreto armado, Niemeyer sempre disse que o mais importante no final das contas nada mais é do que a própria vida: é a gente se abraçar, conhecer as pessoas, haver solidariedade, pensar num mundo melhor, o resto é conversa fiada”. Minha lição para a arquitetura é ler romance, poesia, ficção, Simenon, e nada de livro técnico. A maioria dos meus projetos é resolvida pelo texto. Ler filósofos como Heidegger que dizia: a razão é inimiga da imaginação, dizia Niemeyer. No decorrer de sua longa e bem sucedida jornada neste mundo, ele deixou obras espalhadas por países como França, Itália, Espanha, Estados Unidos, Israel e, obviamente, Brasil. Sua maior realização e que o deixou conhecido internacionalmente foi, sem dúvida, o ousado projeto de Brasília, um trabalho realizado em curto espaço de tempo – entre 1956 e 1960 – que não consistiu apenas em técnicas e números, mas que também teve filosofia e idealismo como alicerces. Além de Brasília, outras importantes obras são Palácio Capanema no Rio de Janeiro (o antigo Ministério da Educação e Cultura), Igreja São Francisco de Assis em Belo Horizonte, Sede das Nações Unidas (Nova York), Edifício Copan (São Paulo), Memorial da América Latina (São Paulo), Parque do Ibirapuera (São Paulo), Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Museu Oscar Niemeyer (Curitiba). A leveza das curvas das obras de Niemeyer contrastam com a dureza de suas estruturas do concreto armado e a monumentalidade de suas criações. Poeta do concreto, ele encontrou em sua cidade natal, o Rio de Janeiro, a inspiração nas formas da natureza. “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva no encontro sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curva é feito todo o universo. O universo curvo de Einstein”. Curvas que podem ser encontradas na projeto do edifício Copan, em São Paulo, nas formas do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), ou na ponte Juscelino Kubitschek, em Brasília. Além das formas, o Rio de Janeiro também serviu para mostrar a Niemeyer a dureza de uma realidade cheia de contrastes e de injustiças sociais que o impeliram a usar seu trabalho também como um instrumento de luta pela transformação do mundo. Politicamente, ele se filiou ao Partido Comunista do Brasil e manteve-se fiel aos seus princípios até o final da vida. Profissionalmente, ele quis chamar atenção para o poder transformador que a arquitetura pode exercer na sociedade. Importante não é a arquitetura. Importante é a vida. A arquitetura não pode mudar a vida. Só a vida é que pode mudar a arquitetura. No dia em que o mundo for mais justo, a arquitetura vai mudar, e será mais simples, como o mundo. Enquanto isso não acontecer, a gente vai fazendo o que é possível, embelezando as coisas, tentando surpreender, espantar, chamar a atenção para algo. Aos críticos de suas obras, as quais pecam pela funcionalidade e praticidade, o arquiteto tinha a resposta pronta: Quando uma forma cria beleza tem na beleza sua própria justificativa.
O adeus de Nelson Mandela, uma das grandes vozes pela igualdade mundial (2013)
Uma das vozes mais marcantes da história na luta pela igualdade dos homens deu o seu adeus no dia 5 de dezembro de 2013, em Johanesburgo, na África do Sul. O mundo tristemente se despediu de Nelson Mandela, um símbolo contra o Apartheid, o regime de segregação racial que imperou na África do Sul da década de 40 até os anos 90. Mandela morreu em casa, vítima de problemas pulmonares, contra os quais vinha lutando nos últimos tempos. Ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1993 e ex-presidente sul-africano (1994-1999), Mandela era casado com Graça Machel, uma política e ativista dos direitos humanos moçambicana.
A poesia e a literatura se despedem de Ferreira Gullar (2016)
No dia 4 de dezembro de 2016 morreu, aos 86 anos, no Rio de Janeiro, o escritor e poeta Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Ele não resistiu aos vários problemas respiratórios que vinha sofrendo, que culminaram em uma pneumonia.
Nascido em São Luís (MA), no dia 10 de setembro de 1930, Ferreira Gullar foi um dos fundadores do neoconcretismo e também ocupava a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras – deixada por Ivan Junqueira – desde 5 de dezembro de 2014.
Ferreira Gullar militou no Partido Comunista Brasileiro e, durante o regime militar no Brasil, morou no exílio na União Soviética, Argentina e Chile.
Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009. Também foi agraciado com o Prêmio Camões em 2010. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro de poesia “Em Alguma Parte Alguma”, considerado “O Livro do Ano” de ficção.
FONTE: HISTORY
FOTO: REPRODUÇÃO