Igreja troca padre por robô de Jesus Cristo feito por inteligência artificial

Igreja troca padre por robô de Jesus Cristo feito por inteligência artificial
Foto: Reprodução

Templo religioso visa explorar a interação dos fiéis com uma representação digital de Jesus

A Peterskapelle, a igreja mais antiga de Lucerna, na Suíça, está realizando uma experiência inovadora ao substituir temporariamente o padre no confessionário por um avatar de Jesus Cristo gerado por inteligência artificial (IA). A iniciativa faz parte de um projeto chamado “Deus in Machina”, desenvolvido em parceria com a Universidade de Lucerna, que é especializada em realidade imersiva.

O sistema utiliza textos bíblicos para gerar respostas em tempo real e é capaz de interagir em até 100 idiomas diferentes. A ideia por trás do projeto é explorar como os fiéis interagem com uma representação digital de Jesus e analisar o impacto dessa experiência.

Como funciona

A tecnologia foi instalada no confessionário da igreja e permite que os visitantes conversem com o avatar por meio de uma tela. Apesar de inovadora, a igreja destaca que a instalação não substitui a confissão tradicional e alerta os participantes a não compartilharem informações pessoais durante a interação.

Segundo Marco Schmid, teólogo envolvido no projeto, o objetivo é entender a reação das pessoas a um Jesus digital:
“Queríamos compreender sobre o que as pessoas conversariam com um avatar de Jesus Cristo e se essa interação poderia ser significativa. Este é um projeto pioneiro.”

Reações diversas dos participantes

Desde o início do projeto, em agosto de 2024, cerca de mil pessoas participaram da experiência. As avaliações dos fiéis foram variadas:

  • Aspectos positivos: Cerca de 70% dos participantes descreveram a interação como uma experiência “espiritual”, indicando que o avatar proporcionou momentos de reflexão religiosa. Segundo Schmid, muitos consideraram a experiência relevante:
    “Muitos participantes relataram ter tido um momento religiosamente significativo com o avatar.”

  • Críticas e limitações: Por outro lado, alguns fiéis apontaram que a interação com o avatar foi impessoal e limitada. Um dos visitantes comentou:
    “Não é possível se comunicar de forma genuína com uma máquina.”

A experiência tem gerado debates sobre o uso da tecnologia em práticas religiosas. Enquanto alguns veem a proposta como uma forma criativa de engajar os fiéis, outros argumentam que a espiritualidade está profundamente conectada a interações humanas, que uma inteligência artificial não pode substituir.

O projeto “Deus in Machina” segue em fase experimental, e os responsáveis pretendem continuar monitorando os resultados para avaliar o impacto dessa abordagem no contexto religioso.

 

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